Abortamento clandestino e inseguro em Cabo Verde: perfil epidemiológico e factores associados
Gisseila Andrea Ferreira Garcia
Nome do projeto
O que é
Em Cabo Verde, apesar do abortamento (aborto) ser legalizado, deparamos na prática clínica com um grande número de casos realizados de forma clandestina, por meio de uso de medicações sem prescrição médica. Essa prática está atrelada às questões sociais, religiosas, políticas e culturais, e principalmente às problemáticas de género. É mais comum entre meninas, solteiras, de baixa escolaridade, em situações de vulnerabilidade, afetando a sua qualidade de vida, sua saúde sexual e reprodutiva, e podendo levar à morte em casos extremos. Este estudo tem por objectivo investigar a prevalência desses factores associados ao abortamento clandestino e suas complicações em Cabo Verde. Será realizado um estudo transversal de base populacional baseado nos dados do inquérito IDSR-III, analisando-se uma sub-amostra de mulheres entre 15 e 49 anos cuja gravidez resultou em aborto espontâneo, induzido ou nado-morto. Serão realizadas análises descritivas das características da população do estudo e estimados modelos de regressão logística simples e múltipla para determinar quais variáveis socioeconómicas estão associadas à prática de aborto clandestino e inseguro. As pesquisas relaccionadas a essa problemática no país ainda são escassas, sendo necessárias investigações que permitam melhor direcionar políticas e programas de saúde sexual e reprodutiva, tendo em conta, principalmente, os grupos em situação de maior vulnerabilidade social
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