O Brasil voltou ao mapa da fome, e a desnutrição crônica tem afetado cerca de 12,4% das crianças mais pobres do país. As condições climáticas adversas dificultam ainda mais a contenção dessa situação. Como exemplo, o aquecimento global alterou os padrões de precipitação em todas as regiões do Brasil, levando ao aumento da incidência de eventos extremos de precipitação, como secas e inundações. Assim, o objetivo desse projeto é estudar o impacto de eventos climáticos extremos, relacionados à precipitação e à exposição térmica, nos resultados nutricionais maternos e infantis em diferentes contextos ecológicos e grupos populacionais. Acredita-se que o estresse térmico causo pelas temperaturas extremas possa induzir perda de apetite, aumento da desidratação ou risco elevado de diarreia, resultando em má absorção de nutrientes e calorias, desnutrição aguda e perda de peso. Ademais, as restrições prolongadas podem levar à desnutrição crônica e ao nanismo, tornando as crianças suscetíveis a doenças como malária, infecções do trato respiratório e intestinais, contribuindo, em última instância, para o aumento da mortalidade. O projeto usará o ecossistema de dados administrativos brasileiros vinculados pelo CIDACS, considerando as Coortes dos 100 Milhões de Brasileiros e de Nascidos Vivos, bem como sua Plataforma de Dados Climáticos e Saúde. A integração desses recursos longitudinalmente representativos em nível nacional permitirá entender e fornecer evidências para apoiar a adoção de ações de adaptação, aumentando da resiliência dos serviços de saúde e mitigando os efeitos das mudanças climáticas na saúde das populações maternas e infantis no curto e longo prazo, especialmente para os mais vulneráveis.