Em países de baixa e média renda, as desigualdades econômicas e ambientais em áreas urbanas exacerbam os desafios sociais e de saúde enfrentados, particularmente, pelos moradores de favelas. Devido à falta de planejamento urbano, gestão de resíduos e saneamento inadequado, essas populações enfrentam maior risco de doenças transmitidas por vetores, zoonóticas e diarreicas. Essas doenças devem aumentar em incidência devido às mudanças climáticas, com o aumento das temperaturas, inundações e eventos extremos de precipitação. Desse modo, o objetivo desse projeto é fortalecer e promover intervenções comunitárias nas favelas urbanas de Salvador (Bahia, Brasil), para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas, por meio de uma abordagem participativa, liderada pela comunidade e focada no meio ambiente. Busca-se controlar o risco atual e futuro de doenças transmitidas por vetores e zoonoses, considerando as rotas de transmissão de leptospirose e de infecções entéricas (ou seja, Giardia e Cryptosporidium), de arbovírus urbanos, de leishmaniose e de riquetsiose. O estudo partirá de intervenções que estão em avaliação atualmente (por exemplo, plantio de plantas nativas, hortas comunitárias, preservação de áreas naturais, remoção de lixo, reciclagem, limpeza de cursos d’água) e irá envolver e empoderar ativamente os moradores, especialmente mulheres e jovens, para que se tornem autores da mudança. Essa abordagem inclusiva promoverá o desenvolvimento de soluções inovadoras e facilitará a capitalização de novas perspectivas econômicas, ao envolver membros da comunidade nos processos de tomada de decisão.