No Brasil, a vigilância baseada em eventos (VBE) visa a detecção de rumores em redes sociais e sites, considerando indicadores e a coleta de informações estruturadas nos ambientes de saúde. Todavia, a VBE precisa ser aprimorada para detectar surtos emergentes em população com acesso limitado aos serviços de saúde. Portanto, este estudo busca investigar a sensibilidade da detecção de surtos de doenças infecciosas por meio de IA, sistemas de alerta (SAP) e da vigilância baseada em eventos, atrelados ao engajamento de lideranças comunitárias. O projeto é focado na triangulação pesquisa-serviço, buscando atender uma cidade fronteiriça de Mato Grosso do Sul e sua capital, Campo Grande, que integram o corredor da Rota Bioceânica, região de desafios ecossistêmicos emergentes que introduzem potenciais riscos à saúde. Espera-se que os produtos repercutam em uma única saúde para todos, possibilitando maior sensibilidade da vigilância local, um tempo menor de detecção e resposta mais rápida a surtos, mitigando os impactos das mudanças no território. Espera-se também que o método possa ser aplicado em Países com Baixa e Média Renda (PBMRs). A tecnologia envolve a participação das lideranças comunitárias, de profissionais de saúde do CIEVS de Campo Grande e da Secretaria Estadual de Saúde (SES), correspondendo a um “chamado para ação”, por meio de uma estratégia não convencional que busca mobilizar a preservação do ecossistema singular do Cerrado-Pantanal.